Auxílio Brasil

O que esperar do empréstimo consignado do Auxílio Brasil em 2023?

Beneficiários do Auxílio Brasil podem solicitar, desde outubro deste ano, empréstimo consignado em mais de dez bancos que operam a novidade. Criada pouco antes das eleições, a modalidade tinha como objetivo conquistar o apoio dos eleitores a Jair Bolsonaro.

Nessa linha de crédito, o cidadão pode comprometer até 40% do seu benefício e pagar em até 24 meses. Ou seja: o pagamento da dívida é garantido com o próprio valor oferecido pelo programa social.

Após semanas de muitas críticas de especialistas e da vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o consignado do Auxílio Brasil voltou a estar no centro das discussões do governo. Em um relatório enviado ao petista, sua equipe de transição aconselha a suspensão da oferta no próximo ano.

“As pessoas que tomam o crédito consignado terão a sua renda familiar comprometida, quer permaneçam no programa de transferência de renda, quer não, mesmo que saiam por medida de redesenho, averiguação ou impossibilidade de atualização de informações“, diz o texto.

Consignado continua ou acaba?

Diante das recomendações do time de Lula, o CEO do Banco Pan, Carlos Eduardo Guimarães, acredita que o consignado do Auxílio Brasil deve passar por mudanças. Contudo, ele também aposta na continuidade da oferta.

Segundo ele, o presidente deve manter a modalidade porque ela movimentou milhões na economia desde sua criação. Mesmo com possíveis alterações no futuro, por exemplo nas taxas de juros, o executivo não prevê nenhuma mudança nos contratos já fechados.

“Acreditamos que o novo governo vai achar um produto bacana, que oferece para o cliente a melhor oferta de crédito, com uma taxa mais barata”, afirmou.

Dinheiro terá que ser devolvido?

Hoje, o beneficiário do programa pode comprometer até R$ 160 por mês, ou seja, 60% do valor básico de R$ 400. Segundo as regras do consignado, mesmo que o cliente seja excluído do programa, terá que encontrar uma maneira de continuar pagando a dívida.

Em outras palavras, o governo federal não assumirá o débito, ainda que o cidadão fique sem o benefício.