Auxílio Brasil

Beneficiários se assustam com desconto do consignado do Auxílio Brasil

O governo federal está preocupado com os beneficiários que contrataram o empréstimo consignado do Auxílio Brasil. Como o desconto das parcelas é feito direto no benefício, muita gente está se assustando com o valor que tem recebido desde a contratação.

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), afirmou na última semana que as famílias que se endividaram com o crédito são uma das grandes preocupações da pasta. Para auxiliar essas pessoas, o governo planeja criar o Desenrola Brasil, um programa de renegociação de dívidas.

“É grave o problema dos endividados do Auxílio Brasil ou do Bolsa Família, o chamado consignado. Primeiro, já do ponto de vista da própria legalidade. O programa foi usado, no período de eleição, com objetivos claramente eleitorais. O presidente Lula já demonstrou sensibilidade com o tema desde a campanha”, disse o ministro.

Até o momento, cerca de 3,5 milhões de pessoas já contrataram o consignado e movimentaram cerca de R$ 9,5 bilhões, incluindo aquelas que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O BPC atende idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

Governo avalia perdoar dívidas

Outra possibilidade em análise pela equipe do presidente Lula é o perdão das dívidas geradas por esse tipo de empréstimo. “Tem uma proposta de anistia para os endividados. Certamente, esses são endividados”, disse o ministro.

Dias afirmou também que ainda não é possível informar qual será a solução para o problema, já que o crédito consignado envolve mais de uma dezena de instituições financeiras. Enquanto isso, as discussões correm em conjunto com Caixa Econômica Federal, Controladoria Geral da União (CGU), Advocacia-Geral da União (AGU) e Ministério da Fazenda.

Consignado do Auxílio Brasil

O cidadão que contrata o empréstimo consignado pode comprometer em até 40% dos R$ 600 recebidos mensalmente por até 24 meses, totalizando parcelas de R$ 160. O teto da taxa de juros cobrada pelos bancos é de 3,5% ao mês.

A modalidade criada por Jair Bolsonaro pouco antes das eleições é alvo de muitas críticas de especialistas, que temem o aumento dos níveis de endividamento entre as famílias mais pobres. Além disso, a medida tem potencial para agravar a vulnerabilidade dessa parcela da população.